domingo, 28 de dezembro de 2014

Retrospectiva dos Anos Que Virão

Normalmente o Natal para mim é uma data para estar em família, aconchegado no seio daqueles que te amam de verdade. Já a passagem de ano tem um tom de melancolia, de tristeza mesmo; quando fecho os olhos e penso no ano como um todo, visualizo uma linha reta na vertical até o mês de junho com uma curva abrupta em 45 graus até o início do mês de dezembro, novamente se curvando devagar até quase a ponta do mês de dezembro (dia 31) tocar no dia primeiro do novo ano. Mas eu enxergo um vácuo entre essas duas datas e é como se fosse um poço sem fundo, um fosso para um buraco negro. E a transposição desse lapso de tempo é complicada. 
Quando estou no dia primeiro de um novo ano consigo olhar para o ano anterior de cima, lá no topo da linha vertical que, em breve se tornará horizontal e novamente fechará seu ciclo com a hesitação do fosso.

Parece difícil para quem lê mas para mim é e sempre foi assim. A contagem dos dias do ano obedece religiosamente o mapa acima descrito na minha cabeça. Os meses tem cores. Setembro por exemplo é o mês mais colorido; os meses do verão mais azulados, e os de outono tem tonalidades pastel. 
...

E todo findar de ano vem à minha cabeça tudo que fiz, que quis fazer e que pretendo realizar no novo ano que se aproxima. 

Neste ano eu estou cansada. Com preguiça mesmo. Pretendo não pretender nada. O que vier está bom.
Li um texto esses dias num site de libertarianismo, o Mises, sobre o universo não dever nada a ninguém. Ninguém vive por mim, ninguém me deve nada, ninguém tem obrigação de me entender ou me amar. 
E para arrematar ontem à noite meu pai insistiu para que assistíssemos um filme de 2006 chamado Mais Estranho Que a Ficção. Despretensioso, mas quando chega ao final faz você sentir vergonha de se apegar a tanta mesquinharia e besteira.
Viver significa querer estar perto de quem te faz bem, é ler um bom livro que te prenda, assistir um filme que te faz pensar, deixar o corpo flutuar numa piscina olhando as nuvens do céu, acariciar um animalzinho, e toda série de pequenas coisas que fazem você se tornar quem você é. E você é o que você gosta, e o que não gosta também.
Ninguém vai trabalhar por você, pessoas não gostarão de você sem motivo, talvez você vá parecer um bobalhão dançando desajeitado, talvez seu emprego não seja o trabalho dos seus sonhos... e daí? Significa que quando uma coisa incomoda você se livra dela ou se resigna. E não há mal nenhum nas duas opções. O que não pode é tornar isso um calvário. Abstrair é a chave da paz interior.
A leveza e a beleza da vida estão nas pequenas coisas. No beijo da sua filha, dos seus pais, de seus amigos, do seu amor, ou o melhor de todos os beijos: de você para você mesmo. O beijo de aceitar-se e apropriar-se de sua história, fazendo capítulos melhores todos os dias!
Feliz 2015!

Um comentário:

  1. O que fazem as tradições de família! Para mim é o inverso, o Natal não me diz nada, não lembro de o comemorarmos, mas o Ano Novo era uma data festiva. Aos poucos também ando, não sei se com preguiça, ou cansada mesmo de pretender colocar alguma meta. Na verdade, as coisas vão acontecendo durante o ano e foram tantas as mudanças nos últimos tempos que o objetivo é estabilizar um pouco. E mesmo com tudo isso, cada vez mais vejo, como tu, que a preciosidade não são grandes eventos, mas na vida ordinária, no cotidiano, nos pequenos prazeres. Feliz 2015!

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